A emboscada a militares estadunidenses na região de Tillabery, Níger, no último 4 de outubro de 2017, resultando na morte de quatro soldados Boinas Verdes, ainda gera questionamentos sobre a política externa dos EUA na África.
US. Marines treinam combatentes nigerinos contra Al-Qaeda baseada no Saara
O senador republicano pela Carolina do Sul, Lindsey Graham, admitiu desconhecer sobre os cerca de 800 militares baseados no Níger, mas afirmou: “Eles estavam lá para defender a América. Eles estavam lá para ajudar os aliados. Eles estavam lá para impedir que outra plataforma ataque a América e nossos aliados”.
Com base em informações oficiais, retransmitidas a agências de notícias, as tropas dos EUA estão no Níger para ajudar a fortalecer um parceiro militar, algo recorrente no continente desde os atentados de 11 de setembro de 2001.
Nesse quadro, o Departamento de Defesa (DoD, na sigla em inglês) pretende redirecionar a estratégia antiterrorismo para a região, ao iniciar a expansão e renovação da base em Agadez, cidade ao norte do Níger, e que serviria para o lançamento de Drones armados, fato que poderia aumentar ações militares diretas na região.
Para especialistas, a ação estadunidense no continente africano para treinar e equipar os militares, criando aptidão, tinha um cunho preventivo, supondo que Estados fracos podem se tornar atrativos ao desenvolvimento de grupos terroristas.
Coronel Eric Bometon, Comandante do Destacamente Aéreo Francês (DetAir) no Centro de Operações Anti-Terrorismo no Sahel, apresenta um Drone Reaper comprado pela França
Como o Sahel, região árida abaixo do Saara, tem recebido aumento notável da atividade jihadista, os mesmos especialistas afirmam que a ameaça é concreta, porém no âmbito regional no norte e oeste do continente, mas com mínimas possibilidades de um ataque direto aos Estados Unidos.
Ainda de acordo com especialistas, a ascensão da Al-Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI) em 2007 foi resultado da exploração da população pobre e das tensões locais, em que desenvolveu uma agenda local e regional, combinadas com uma visão transnacional que visava os interesses ocidentais na região, mas que raramente se estendia para além da África.
Por fim, a presença dos EUA, vista por muitos como ameaça para a estabilidade regional, foi usada para justificar o aprofundamento da cooperação militar dos EUA na África, em especial no Níger, onde as operações expandiram-se após 2011 e 2012, quando o AQMI ampliou suas ações e deu nova urgência aos esforços de contraterrorismo dos EUA e da França.
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Fontes das Imagens:
Imagem 1 “Um Soldado francês do 92º Regimento de Infantaria faz parte da coalizão de combate ao terrorismo na região do Sahel, África Ocidental” (Fonte):
http://www.gettyimages.com/license/166408275
Imagem 2 “US. Marines treinam combatentes nigerinos contra Al–Qaeda baseada no Saara” (Fonte):
http://www.gettyimages.com/license/51405008
Imagem 3 “Coronel Eric Bometon, Comandante do Destacamente Aéreo Francês (DetAir) no Centro de Operações Anti–Terrorismo no Sahel, apresenta um Drone Reaper comprado pela França” (Fonte):